segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um cantinho espanhol.


No tradicional bairro do Ipiranga, com seu visual rústico e familiar, hoje encontramos de tudo.  Residências e comércio dividem o bairro, sendo este o mais variado que podemos imaginar, com supermercados, empórios, doçarias, botecos, restaurante, etc. Um apelo cosmopolita já tomou conta do bairro e irei falar aqui sobre um cantinho espanholado que encontrei por ali: O Paellas Pepe.
Este local é uma residência que tem o seu fundo transformado em restaurante, abriga muitas tradições espanholas, começando pelo seu cardápio, que aborda a tradicional paella (segundo a Chef, pronuncia-se paeia), a sangria e até sobremesas típicas, a música ambiente e também as sextas e sábados, somos agraciados com um espetáculo espanhol, na maioria das vezes um grupo de flamenco se apresenta.
Chef Gutierrez e as Paellas.
A casa te oferece à chance de acompanhar o preparo da paella desde o seu inicio, e podemos ir tirando dúvidas com a Chef Pílar Gutierrez, filha de espanhóis, ela é especialista neste prato e muito tranquilamente, o prepara na frente de todos os comensais. A sensação é de que todos se conhecem, uma grande família, afinal, todos comerão da mesma panela. O ato de servir cabe a própria Pilar e uma ajudante, isso, em minha opinião, se dá para não ocorrer de algum participante ficar sem algum dos frutos do mar mais cobiçados, como o lagostin ou o camarão rosa. Pode-se repetir o prato inúmeras vezes.

Entrada/Couvert

Ao chegar, vemos logo que não é um restaurante feito para abrigar muitas pessoas, são poucas meses, e de sextas e sábados é válido e recomendado fazer uma reserva. O recepcionista nos leva até a mesa reservada e logo nos trás uma entradinha, que consiste em azeitonas pretas, frutos do mar como mexilhão e camarão, uma batatinha com ovo, embutidos e pãezinhos.
Vamos petiscando e bebendo, pedimos uma caipirinha para molhar o bico. A caipirinha estava bem boa, porém colocaram limão em demasia, como é claramente vísivel na foto. A bebida mais pedida é a sangria. Uma bebida espanhola que consiste na combinação de um vinho tinto não tão marcante, com frutas cortadas, podendo ser laranja, maçã, abacaxi, manga, algum adoçante como mel, especiarias, na maioria das vezes canela e ainda aceita outro tipo de bebida alcoólica, mas nem sempre. Quando chega as vinte e uma horas, um sino badala no recinto, é o sinal de que a paella está pronta. Todos se levantam e forma-se uma fila em direção a paelleira.
Paella é um prato espanhol, que tem muitas variações pela Espanha. A mais famosa segundo a Pilar é a Vallenciana. A essência da paella consiste em arroz parboilizado, precisa ser este, pois o outro não agüenta o tempo de cozimento, frutos do mar diversos, como mexilhões, camarões, lulas, lagostins e açafrão, que é a especiaria mais cara do mundo, e deve ser preparada em uma paelleira, uma panela confeccionada especialmente para este fim. Ainda podem ir, legumes e outras carnes, já vi com frango e lingüiças, por exemplo. Não sou um grande conhecedor desta iguaria, mas gostei bastante, o arroz fica com um aspecto bem adocicado, em diferente de qualquer outro arroz que se vê por aí, isto confere muita identidade e regionalidade ao prato. Para harmonizar com a paella e entrar no clima de vez, fui de sangria, que confesso não me agradou tanto, com raríssimas exceções, sempre que posto sobre um lugar que visitei e não comento sobre cervejas, deve-se ao fato de o lugar não oferecer uma cerveja que me agrade, ou ter uma carta muito restrita.

Paella e Sangria
 Então, comemos, e comemos, até à hora do show.
Quando o espetáculo começa, a paella é retirada, mas se ainda não estiver satisfeito, basta pedir pro garçom que ele te servirá mais, diretamente da cozinha.
Uma noite para se guardar, uma noite na Espanha, mas em terra brasilis, e que graças a Deus faltou um evento para ser espanholada de vez: A Torada. Esta eu dispenso.
http://www.paellaspepe.com.br/

2 comentários:

  1. Salve João.
    Que excelente jantar não?
    Uma pilsen bem geladinha iria coroar a noite.
    Parabéns pelo bom gosto.
    Um abraço e muitas excelentes cervejas.

    ResponderExcluir
  2. Então Monich, o problema é encontrar essa pilsen bem geladinha!

    ResponderExcluir